(67) 99869-0605
terça, 23 de abril de 2024
quinta, 22 de agosto de 2019 - 14:25

Após 1h30 de discussão, aprovado projeto sobre Ministério Público de Contas

Manobra de dois deputados contrários ao projeto suspendeu sessão, mas não foi suficiente para evitar aprovação

Manobra para suspender sessão, pedido de vistas e muita discussão hoje na Assembleia Legislativa, durante a votação do projeto da organização funcional do Ministério Público de Contas. Durante quase uma hora, os deputados Renan Contar (PSL) e João Henrique Catan (PL) tentaram de tudo para evitar a votação, sem sucesso: a proposta foi aprovada por 18 votos a 2.

 

Para inviabilizar a votação da PEC (Proposta de Emenda constitucional), eles se declararam ausentes. Com 16 deputados presentes, contando com o presidente, havia quórum mínimo para votações dessa natureza e a ausência deles faria com que o projeto não fosse votado.

A manobra fez com que o presidente da Assembleia, Paulo Corrêa (PSDB), suspendesse a sessão para eventualidade de duas hipóteses: dissuadir os deputados da ideia ou esperar que outros chegassem e completassem o quórum necessário.

Vinte minutos depois, a sessão foi reaberta com número até acima do mínimo necessário. Mesmo assim, a estratégia para minar a votação continuou. Catan questionou a rapidez com que o projeto foi apresentado e Correa respondeu que já havia acordo de líderes e de mais dez deputados para aprovação.

Renan Contar pediu vistas, o que adiaria a votação, mas a solicitação foi submetida à avaliação do plenário, sendo negada. O projeto foi aprovado e, as quatro emendas propostas por Catan, negadas, sob alegação de que deveriam ter sido apresentadas em prazo que acabou no dia 20 de agosto.

Autonomia - O projeto da discórdia foi apresentado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado de MS) no mês passado e trata da organização funcional do Ministério Público de Contas. O texto é o mesmo de proposta apresentada originalmente em 2015, porém, naquele ano, como se fosse de autoria do Legislativo.

Na proposta, constam mudanças como a de organização de concursos públicos, que passaria a ser feito pelo Tribunal de Contas, já que o ministério não tem autonomia financeira. O projeto também mantinha em quatro o número de procuradores, barrando a intenção do MP de aumentar para sete. Em 2015, ele foi aprovado.

Naquele período, o MPC questionou a ação no STF (Supremo Tribunal Federal). No supremo, o entendimento é que esse projeto não deveria ser de autoria dos deputados e, sim, do próprio Tribunal de Contas.

Este ano, assim foi feito. O impasse, porém, foi criado por deputados que não faziam parte da legislatura. Tanto Contar quanto Catan avaliam que ele é prejudicial por retirar a autonomia do MPC.

Na tentativa de mudar alguns pontos, Catan apresentou emendas, como a de que o MPC teria autonomia para apresentar leis complementares, sem depender do Tribunal de Contas, que as promoções seriam por merecimento e antiguidade e caberia ao procurador-geral de Contas a organização, funcionamento e autonomia do ministério.

O líder do governo, deputado José Carlos Barbosa (DEM), disse que há entendimento até da Procuradora-Geral da Republica, Raquel Dodge, de que o Ministério Público de Contas deve ser alinhado com as cortes na questão administrativa. “Eles nunca tiveram autonomia, já tinha sido aprovado, agora é só uma correção de apresentação”.

 


Fonte: Campo Grande News
Veja Também
Comentários