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terça, 22 de agosto de 2017 - 16:30

‘Estrelas’ de Pedrossian sobrevivem nas ruas, mas eram criticadas por opositores

Ex-governador morreu nesta terça-feira

Pelas ruas da Capital e de Mato Grosso do Sul, as estrelas e outros simbolismos do governo Pedro Pedrossian permanecem fortes. Basta andar por uma das saídas de Campo Grande, para ver as grandes luminárias com o formato do astro. Um olhar mais atento, identifica as placas de inauguração das obras, que resistiram ao tempo. Grandes blocos de concreto com uma estrela vazadas.

Apesar de teorias sobre o que significa a estrela e sobre simbolismos nas plantas das obras feitas por Pedrossian, o jornalista Sérgio Cruz, que acompanhou a trajetória do ex-governador, diz que a estrela era vista como uma logomarca de governo e que a população não tinha muitas críticas.

“A população não sabia disso e gostava muito dele, mas a oposição explorava bem isso, principalmente as luminárias que ele colocou. Mas, a marca da gestão dele, e que ficou, foram as grandes obras”, diz Cruz.

Em dissertação de mestrado, o professor Wagner Cordeiro Chagas, cita as estrelas como marketing político e que as estrelas do “pedrossianismo” também foram utilizadas para vincular a imagem do ex-governador aos seus apadrinhados políticos.

 

Segundo Pedro relata em sua biografia: “Embora não seja místico, sempre acreditei ter uma estrela para me definir a missão ou, pelo menos, me acompanhar nos momentos cruciais da vida”. “Na logomarca da prefeitura de Campo Grande, durante a administração de Heráclito de Figueiredo(PDS), percebe-se a influência do governo Pedrossian, governo este responsável pela nomeação do engenheiro Heráclito”, diz Chagas.

Outra história contada é sobre o Parque dos Poderes, construído por ele para abrigar a sede do governo de Mato Grosso do Sul. Até então, as decisões administrativas eram tomadas no prédio da Avenida Fernando Corrêa da Costa e a Assembleia Legislativa, ficava onde está o complexo do Colégio Dom Bosco.

Olhado de cima, parece que as pistas do Parque dos Poderes formam duas letras “P”, de Pedro Pedrossian. Há quem argumente o atual Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, batizado de Palácio Popular da Cultura, também seria uma marca dos dois “P”. Dizem também que o prédio da antiga rodoviária também teria um simbolismo.

 

 

“O Homem de Miranda”, como era chamado Pedrossian, nasceu no dia 13 de agosto de 1928, filho de João Pedro Pedrossian e de Rosa Mardini Pedrossian, casal de origem armênia. Formado engenheiro e lembrado pelas grandes obras, com universidades, escolas e hospitais, também são de origem armênia os arquitetos que projetaram algumas de suas obras: Iranick Arakelian e Avedis Balabanian.

Por Campo Grande, não é difícil encontrar homenagem à família Pedrossian: Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian, Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Hospital Rosa Pedrossian e até o Morenão, é Estádio Pedro Pedrossian. Ainda segundo o jornalista Sérgio Cruz, neste caso, a homenagem partiu de outra pessoa, o então prefeito da Capital, Levy Dias.

Sobre o Residencial Maria Aparecida Pedrossian, que leva o nome da ex-primeira dama do Estado, e fica na saída para Três Lagoas, consta que a ideia foi fazer um bairro com boa infraestrutura e perto do Parque dos Poderes, para que os servidores pudessem morar perto.

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian foi inaugurado em 13 de maio de 1971, com o objetivo de oferecer suporte ao curso de Medicina da então Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT).

Pedro Pedrossian

Pedro Pedrossian nasceu em Miranda, no então Estado de Mato Grosso, no dia 13 de agosto de 1928. Após concluir os estudos secundários no Mato Grosso, o ex-governador decidiu se graduar em engenharia civil pela Universidade Mackenzie, em São Paulo. Concluídos os estudos, ele voltou para o Mato Grosso, como engenheiro residente da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em Três Lagoas.

 

Após seguir carreira nas ferrovias de Campo Grande e de Bauru, foi eleito governador pelo então PSD, em 1965, para o Estado de Mato Grosso. Foi o candidato a governador mais votado em toda a história de Mato Grosso, com 109.905 votos.

 

Em 1971, perdeu o governo do Mato Grosso após a eleição de José Fragelli pela Assembleia Legislativa do Estado. Em 1978, foi eleito como senador, filiando-se em 1979 ao PSD.

Em 1980, após a deposição de Marcelo Miranda e Harry Amorim no governo de Mato Grosso do Sul, Pedrossian foi nomeado como governador do Estado pelo então presidente João Figueiredo, renunciando ao posto de senador até 1982.

Em 1991, foi reeleito para o posto de governador. Em 1998, Pedrossian tentou se reeleger para o governo. Seu nome não foi para segundo turno, e o ex-governador decidiu apoiar Zeca do PT, que se elegeu na época.

 
 


Fonte: midiamax
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