Um encontro promovido pela Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais), que vai acontecer entre 8 e 12 de maio, em Gramado (Rio Grande do Sul), virou assunto na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (dia 26).
O receio dos parlamentares daqui é que a população julgue a ida deles à cidade como turismo, já que o local é conhecido por atrair este público. O posicionamento contrário vai render, inclusive, uma carta assinada pelos 24 deputados estaduais de MS, que será lida durante o evento.
Quem puxou o assunto foi o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (MDB). Na tribuna, ele afirmou que a ida de parlamentares de todo Brasil pode ser chamada de "trem da alegria". De MS, quem participará do evento será o deputado Lídio Lopes (PEN).
O principal questionamento é em relação à escolha de Gramado pela Unale. Segundo o presidente, o evento é importante para tomada de decisões que envolvem os Legislativos e que deveria acontecer em Brasília.
Fora a questão turística da sede deste ano, o deputado aponta a distância para chegar ao município. O representante de MS terá de pegar um avião até São Paulo (SP), depois Porto Alegre (RS) e ainda viajar de carro até a serra gaúcha.
"Os políticos estão sendo questionados pelo uso de dinheiro público. A sociedade vai pensar que é um trem da alegria com dinheiro público. Não estou dizendo que as pessoas que vão para a cidade irão fazer turismo, mas vai dar esta impressão para a população".
Uma das principais pautas do evento em Gramado, será a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 42, que tramita no Senado. O projeto prevê que temas que hoje são exclusivos do governo federal, possam também ser discutidos em âmbito estadual. Por isso, o melhor seria discutir o assunto na capital federal, justifica.
"Também defendo que deveria ser em Brasília, onde a Unale poderia fazer pressão no Congresso Nacional por mudanças nas leis", complementou o deputado Amarildo Cruz (PT).
Já o deputado que vai para o evento afirma que a praticamente todos que vão participam de todas as discussões, de forma a não sobrar tempo algum para turismo. Citou a vez que foi para Aracajú (Sergipe), onde nem chegou a ver a cidade.
O parlamentar justificou a escolha deste ano, porque a capital, Porto Alegre, está com dificuldades financeiras. Enquanto em Gramado, a Associação conseguiu fechar parcerias com empresas para ajudar a bancar o evento.