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sexta, 26 de julho de 2024
terça, 30 de outubro de 2012 - 10:35

Presidente do STF sai em defesa de Lewandowski e defende voto livre

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ayres Britto, defendeu a liberdade de voto dos magistrados na última segunda-feira (29). No domingo (28), o revisor do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, foi hostilizado por eleitores e por um mesário quando foi votar em uma seção eleitoral, no bairro do Brooklin, em São Paulo.

Ayres Britto contou que telefonou para Lewandowski no domingo à noite e foi informado de que houve apenas manifestações pontuais.

— O fato é que ele, tanto quanto os demais ministros, no uso de sua liberdade de voto, tem votado com consistência técnica, isenção, distanciamento, transparência e desassombro, sem medo de desagradar a quem quer que seja.

O ministro também ressaltou que a liberdade de expressão é um fundamento da República e que, no judiciário, isso é garantido pela liberdade do voto.

— O ministro Lewandowski, como todos os demais ministros, exerce sua liberdade de voto e sua independência, tanto técnica quanto política.

Ayres Britto foi mais veemente que a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia. Ao comentar o fato no domingo, a ministra se limitou a dizer que repudia qualquer tipo de violência, inclusive a sofrida pelo ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e pelo ex-presidente do PT José Genoino, ambos condenados no processo do mensalão.

— Não é aceitável nenhum tipo de situação específica, na minha visão. Eu lamento qualquer tipo de atitude do cidadão que, quer em relação ao servidor público, a um agente público, quer em relação a uma pessoa que exerce atividades particulares, emita a sua opinião, desempenha o seu papel e sofra qualquer tipo de restrição, qualquer tipo de violência.

Desrespeito

Lewandowski passou por constrangimento quando foi votar em sua seção eleitoral na zona sul de São Paulo. Enquanto o relator dava entrevista, uma eleitora se aproximou e disse:

— Que nojo!

Em seguida, ela saiu do colégio e o relator respondeu.

— Na verdade, sou cumprimentado nos lugares onde vou.

Sobre a manifestação da eleitora, ele afirmou que ela deveria estar se referindo a alguma coisa na calçada do colégio.

Ao deixar o local, um mesário exclamou: "Mande lembranças para o Zé Dirceu", referindo-se ao ex-ministro da Casa Civil, que foi absolvido pelo ministro no processo do mensalão, no STF.


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