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segunda, 9 de setembro de 2013 - 16:20

Alta do dólar já começa a pressionar alimentos, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor-Classe 1 (IPC-C1) do mês de agosto, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi impactado principalmente por transportes e alimentação.

Segundo o economista da superintendência de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), André Braz, a alta do dólar já começa a impactar o preço de determinados alimentos e pode contribuir para aumento do IPC-C1. Na comparação interanual, entretanto, o economista espera que o índice continue menor do que o registrado em 2012.

"Esperamos um IPC-C1 para o final do ano similar à taxa observada agora, de 5,36% a 5,40%, mas isso vai depender muito da alta dos alimentos", explicou Braz. Segundo ele, os analistas estão preocupados com o efeito da alta do câmbio em alimentos derivados. Atualmente alimentos de feira em geral,como hortaliças e frutas, estão ajudando a conter o IPC-C1, e as pressões estão justamente nos alimentos mais vulneráveis ao câmbio.

O primeiro grupo a sentir esta pressão, conforme mostrou Braz, foi o de panificação e biscoitos, que em julho variou 0,08%, e em agosto já subiu o preço em 1,58%. Para setembro, entretanto, outros setores devem ser impactados pela valorização do dólar, como carne bovina, que em agosto recuou 0,48%; aves e ovos que recuou 1,15%; e óleos e gorduras (-1,34%). “Em setembro essas taxas vão estar mais próximas de zero ou, quem sabe, estarão até positivas, por conta desses fatores mais recentes, principalmente do câmbio”.

Já no setor de transportes, o que pressionou foi a saída da queda de julho, quando houve recuo na decisão de elevar o preço dos ônibus. "O comportamento das passagens de ônibus, principalmente, pesam mais do que alimentos para o trabalhador contido no IPC-C1, explicou o economista. "Cerca de 7% da renda das famílias é comprometida com ônibus. “O cancelamento do reajuste das passagens conteve muito a taxa do IPC-C1, assim como aqueda no preço da energia no inicio do ano”.

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