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quinta, 5 de setembro de 2013 - 11:20

Delcídio pede homologação da pista auxiliar para acabar com a suspensão dos vôos noturnos no aeropo

O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) quer que a Infraero solicite a homologação da pista auxiliar do aeroporto de Campo Grande, a fim de evitar transtornos como os que ocorrem agora, com a suspensão dos vôos noturnos por causa da interdição da pista principal, que passa por obras.

“Já temos dificuldades enormes com as companhias aéreas, que cancelam ou mudam o horário dos vôos de acordo com seus interesses, sem falar no aumento do preço das passagens, que dói no bolso dos passageiros. Imagina agora, com a pista principal interditada das 21h as 6h ? E, para minha surpresa, conversando com alguns pilotos, fui informado de que a pista auxiliar de Campo Grande tem condições de receber os modelos mais modernos da Boeing e da Airbus, que já operam na pista principal. Diante disso, sinceramente não entendo a razão da falta de interesse nessa homologação”, criticou o senador, durante debate promovido nesta quarta-feira, 4 de setembro, pela Comissão de Infraestrutura do Senado, com a presença de dirigentes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Associação Brasileira das Empresas de Aviação Geral e do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola. Na pauta, o gerenciamento, a modernização, a ampliação e os problemas da aviação civil brasileira.

Delcídio cobrou também a implantação de novos vôos ligando cidades sul-mato-grossenses à Bolívia e ao Paraguai.

"Veja o paradoxo que estamos vivendo. O meu estado faz fronteira com o Paraguai e a Bolívia e nós não temos linhas comerciais que nos liguem diretamente a esses dois países. Se uma pessoa em Corumbá quer viajar de avião a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, a 600 km de distância, tem que ir para São Paulo e de São Paulo para Santa Cruz. Ou seja, uma viagem que levaria menos de 1 hora pode durar um dia inteiro, em função do tempo de espera nas conexões. Com o Paraguai é a mesma coisa. De Ponta Porã a Assunção são menos de 400 km em linha reta, ou aproximadamente meia hora de vôo nos jatos comerciais, mas o passageiro tem que ir para Campo Grande por via terrestre e de lá para São Paulo e Assunção. Ou seja, é uma situação inacreditável, especialmente quando se sabe que os aeroportos de Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande têm toda a infraestrutura para operar esses vôos tranquilamente”, argumentou Delcídio.

A falta de estrutura para suportar o crescimento da aviação civil no país é hoje o principal problema do setor, conforme conclusões do debate. Segundo os palestrantes, a falta de pessoal na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a burocracia do órgão e a rígida legislação são os problemas mais evidentes.

De acordo com o diretor de Aeronavegabilidade da ANAC, Cláudio Passos Simão, o crescimento do número de passageiros foi , em média, de 12 % ao ano nos últimos 10 anos. Já o diretor-geral da Associação Brasileira das Empresas de Aviação Geral (Abag), coronel aviador Ricardo Nogueira, revelou que o crescimento de 2011 para 2012, em frota de aviões, foi de 6,7%, praticamente o dobro da média mundial, que fica entre 3% a 3,5%.

No entanto, segundo os palestrantes, a infraestrutura para a aviação civil não tem acompanhado o crescimento do setor. As dificuldades vão desde a situação precária de aeroportos e aeródromos (pequenos aeroportos) aos problemas de burocracia e falta de pessoal na ANAC. Além disso, contribui para o quadro a legislação desatualizada e muito rígida.

Apesar dessas dificuldades, segundo Simão, os números da aviação civil regular brasileira são bons se comparados aos de outros países em relação ao número de acidentes.

- A aviação civil brasileira é muito segura – garantiu o diretor da Anac.
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