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quinta, 12 de setembro de 2013 - 09:05

Delcídio quer alternativas para implantar separadora de gás em MS

Discutir alternativas para atender o fornecimento de gás de cozinha (GLP) na região Centro-Oeste foi um dos pontos relevantes da audiência pública realizada nesta quarta-feira (11), pela Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado, que recebeu o diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro Martins e o presidente da Copagás, Ueze Zahran. O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) defende a implantação de uma usina separadora do gás natural que chega da Bolívia ou a construção de um gasoduto, para abastecer uma unidade separadora destinada a processar o gás de cozinha para a região Centro-Oeste.

Em avaliações feitas pela Petrobras, uma unidade separadora dos gases metano (C1), Etano (C2) e Propano (C3) não teria viabilidade econômica, pelo fato de que as usinas em San Antonio e San Alberto, no país vizinho, estão separando os gases antes de enviar ao Brasil .Além disso, o gás natural que vem da Bolívia será usado na unidade de fertilizantes da Petrobras em construção na cidade de Três Lagoas (MS), onde serão produzidas uréia e amônia , em uma estratégia para reduzir em pelo menos 20% a dependência externa do agronegócio brasileiro por esses fertilizantes.

O gás de cozinha vendido no Centro-Oeste é fornecido pela refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo. A região consume o equivalente a 51.407 toneladas/mês para uma oferta de 39.090 toneladas/mês.

“Construir uma separadora de gás é fundamental para diminuir essa dependência que só existe na região Centro-Oeste. A Petrobras trouxe a informação de que as unidades de San Alberto e San Antonio, onde estão as jazidas de gás boliviano, estão separando os gases ricos. Nesse processo, o gás que chega aqui é empobrecido, ficando praticamente o metano, o que prejudica a construção de uma separadora de gases nobres a partir do gasoduto Bolívia/Brasil”, observou Delcídio.

Segundo ele, outra alternativa seria a construção de um duto para receber o gás natural para ser separado numa unidade em Mato Grosso do Sul, ou, então, fazer prospecção de jazidas na região. Na área chamada Morro do Azeite, no Mato Grosso do Sul, há fortes evidências de existirem reservas de gás.

Atividade apavorante - O presidente da Copagás, Ueze Zahran, apoiou a defesa feita por Delcídio para que a Petrobras estude a construção de uma separadora de gás no Mato Grosso do Sul, pois, segundo ele, transportar o gás de cozinha de Paulínia pelas estradas é uma “atividade apavorante”.

“Nós devemos comemorar que estamos há 670 dias sem acidentes, mas houve num acidente onde um caminhão tombou, próximo a Goiânia, e uma explosão poderia causar sérios danos, tanto é que a estrada teve de ficar interditada por três dias e numa extensão de 100 quilômetros”, afirmou.

Ueze Zahran disse que para trazer gás de cozinha de Paulínia para os estados da região Centro-Oeste os caminhões rodam 114 milhões de quilômetros por ano.

“Acredito que a Petrobras poderia fazer uma análise do percentual de gás utilizável que chega da Bolívia para construir uma separadora”, disse. Ele também observou que no Brasil existem 105 milhões de butijões de gás e a partir da iniciativa da Copagás todos dias cerca de 35 mil bujões passam por um teste de segurança.

“É que os vazamentos dos butijões de gás de cozinha já mataram muita gente no Brasil. Veja o caso que ocorreu no restaurante Filé Carioca, no Rio de Janeiro. Havia um vazamento. Três funcionários chegaram para trabalhar e acenderam a luz. A explosão foi imediata e fatal”, observou.

O diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides, firmou compromisso para discutir alternativas para resolver o problema de gás de cozinha na região Centro-Oeste, e destacou que o investimento da empresa apenas no Mato Grosso do Sul, no período de 2013 a 2017 será de US$ 1,8 bilhão.



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