Gerações em Campo Grande se dividem entre a Cidade Morena e a nova Campão

epois de 120 anos, quando alguém fala de Campo Grande no meio da moçada difícil é tirar um "Cidade Morena" da galera. Na maioria das vezes, sai um "Campão" ou "CG", campeões na preferência na hora de digitar o endereço no Whatsapp. Na hora da brincadeira, surge até um "big field", ou Campo Grande em inglês.

Nas ruas, o clichê “Cidade Morena”, que há séculos faz referência à cidade, aparece mais entre os que passaram dos 30 anos. As opiniões se dividem entre o apego ao clássico, ao "respeito" pela tradição, e a vontade de ser mais carinhoso, mas próximo da cidade. 

Cabeleireira, Juliely Spiller dos Santos, de 30 anos, prefere “Cidade Morena” porque assim ouviu desde criança e leva em consideração a cor da terra, principal motivo que deu apelido à cidade. “Me lembra muito a nossa terra e o nosso Parque das Nações Indígenas. Quando alguém fala da nossa cidade, esse é o primeiro nome que vem à cabeça”, explica.

Do mesmo apelido compartilha o barbeiro, Dejair Teodoro Garcia, de 54 anos, mas ao contrário do moreno da terra, ele é da turma que relaciona o apelido às mulheres. “É ‘Cidade Morena’ porque tem muita morena e mulheres belíssimas em nossa cidade. Acho que campão é dos tempos dos nossos avós”.

Quem vem de fora ou costuma viajar bastante discorda. “Lá em São Paulo a galera fala muito ‘Campão’ ou ‘CG’, até porque lá costumamos chamar de ‘Sampa’, acho que é mais descolado”, diz a estudante Larissa da Silva Vicente, de 17 anos.

O cabeleireiro Igor Rafael da Silva, de 22 anos, que é de Paranaíba e recentemente mudou-se para Campo Grande, concorda. “No interior vejo muita gente falar ‘Campão’ mesmo sabendo do ‘Cidade Morena’ que já é conhecido”.

Para o publicitário Lucas Medeiros, de 24 anos, cabe também o ‘Campão’ pela autenticidade. “É mais alternativo. Tem uma pegada jovem, noturna e atemporal”, afirma.

Nascida no Recife e moradora de Corumbá, há 30 anos, a cabeleireira Cristina Fernandes da Silva, de 49 anos, diz que o Cidade Morena é famoso por lá, combinando com o apelido de Cidade Branca. “Mas também concordo com o Campão. Acho simples de falar e mais descontraído”.

Apesar de jovem, Jhon Robson Gonçalves de Lima, de 17 anos, prefere não fugir da tradição. “Acho que tem que ser Cidade Morena mesmo, é assim há séculos. Se mudar vira uma confusão”.

Qual apelido você acha que mais tem a cara de Campo Grande?

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