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quarta, 08 de maio de 2024
quinta, 20 de fevereiro de 2020 - 15:25

Juiz ouve 14 testemunhas de execução frustrada no “tribunal do PCC”

Processo tem 7 réus – incluindo duas mulheres – por tentativa de execução articulada pelo PCC em abril de 2019

O juiz Rodrigo Pedrini Marcos, do Tribunal do Júri de Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande, ouviu, na terça-feira (18), 14 testemunhas – entre acusação e defesa – de uma tentativa de execução do “tribunal do crime” em abril de 2019, em Três Lagoas. A execução da “justiça paralela” da maior facção brasileira foi frustrada pela intervenção da polícia militar, que resgatou a vítima.

As testemunhas envolvem família, amigos e policiais que participaram da ação. Os acusados, 7, incluindo duas mulheres, estão envolvidos em crimes como organização criminosa, receptação, sequestro, cárcere privado, tráfico de drogas e homicídio qualificado.

Estão sendo julgados pelos crimes Francilene Garcia dos Santos, 37, Ariane de Paula Santos, 25, Weslen dos Santos Hernandes, 20, Fabricio Julieber de Almeida Silva, 23, Leandro Francisco Pereira, 26, Rodrigo Douglas da Silva, 23 e Jonatas Galdence Pinheiro, de 20 anos.

Tribunal do crime – Conforme denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público Estadual, o julgamento à revelia das autoridades foi articulado por vingança. A vítima do tribunal do PCC, Nilson Thiago dos Santos Flores, teria agredido Ricardo Fagundes de Lima com golpes de extintor, no dia 25 de abril de 2019.

No dia seguinte, diz a denúncia, o grupo sequestrou Nilson para leva-lo “a julgamento”. Conforme o MP, por voltadas 10h, os acusados colocaram Nilson no porta-malas de um Chevette e o levaram até a casa de Francilene no bairro Jardim Paranapungá.

Corrupção de menores - Nos fundos da casa, Nilson ficou sob o domínio do grupo. Além dos 7 acusados, dois adolescentes participaram da ação e segundo o MP, fazem parte da organização. Eles teriam participado de “conferência” por telefone com “membros não identificados do PCC” e discutiam qual o destino de Nilson no tribunal do crime.

Além deles, o MP apresentou denúncia e pediu a prisão, posteriormente, de Romário Aparecido Dias e Daniel Henrique Pereira Rios, membros da organização, que teriam articulado a “sentença” de Nilson por telefone.

A Polícia Militar ficou sabendo do episódio e foi até a casa, onde prendeu todos em flagrante, menos Romário e Daniel. A tentativa de execução foi interrompida.

“No caso em análise, verifica-se que o delito de tentativa de homicídio foi cometido por motivo torpe, pois realizado um tribunal do crime"por integrantes do PCC para manter seu poder e violência na comunidade, o que configura verdadeiro tribunal clandestino e paralelo ao sistema de Justiça oficial”, diz a denúncia.

Prisões – Todos estão presos de forma preventiva depois do juiz acatar pedido do Ministério Público. Ariane ingressou com pedido de liberdade provisório, na Defensoria Pública, mas o juiz negou e Francilene já responde em liberdade porque o pedido de Habeas Corpus da Defensoria Pública foi aceito pelo juiz.

Audiência – A audiência aconteceu na sala do Tribunal do Júri, que tem características de segurança que protege os representantes dos órgãos da Justiça porque conforme o TJ (Tribunal de Justiça), além das “questões de segurança” há também “quantidade de acusados”.

Entre os 7 acusados, 5 estão presos estão no Presídio de Segurança Média de Três Lagoas e no Presídio Feminino de Três Lagoas e Fabrício está preso em Cáceres (MT). Eles serão ouvidos em audiência marcada para o dia 23 de abril, às 13h30, com uso de videoconferência para ouvir o envolvido que está no Estado vizinho.

 


Fonte: Campo Grande News
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