Ministro de Temer é barrado em voo para EUA e diz ser alvo de racismo

O secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Hussein Kalout, foi barrado ao tentar embarcar em um voo da American Airlines para os Estados Unidos, nesta segunda-feira (21), após se recusar a passar por uma inspeção especial, no aeroporto internacional de Brasília.

Kalout disse ter considerado a inspeção "humilhante". Ele seguia caminho para Nova York, onde iria participar de eventos no Conselho das Américas e no Conselho de Relações Estrangeiras, em missão pelo Brasil.

De acordo com o secretário, ele estava prestes a embarcar quando foi retido por um funcionário da companhia aérea. O empregado disse que ele teria de deixar o avião e se submeter a uma inspeção especial para poder embarcar.

Indignado, Kalout afirmou que já tinha passado pela segurança no embarque e questionou o motivo da inspeção, ao que o funcionário teria respondido que seriam "ordens do governo americano".

"Fui a única pessoa a ser retirada da filha, quase entrando no avião, porque meu nome é árabe, está evidente que foi racismo", disse o secretário em entrevista à Folha de S. Paulo, que culpou as regras do governo de Donald Trump pelas restrições.

Kalout também contou que, mesmo após dizer que possui passaporte diplomático, continuou sendo restringido pelo funcionário da companhia. Ele é brasileiro, mas descendente de libaneses.

"Não estou pedindo tratamento VIP, só não quer ser humulhado. É aceitável uma autoridade do governo brasileiro ser submetida a um constrangimento dentro do aeroporto de Brasília, por regras do governo americano", questionou o secretário.

Após o constrangimento, o secretário cancelou todos os compromissos oficiais que teria nos Estados Unidos, e recebeu um dos embaixadores dos EUA em sua secretaria, que pediu desculpas pelo ocorrido. "Foi um gesto significativo e respeitoso", disse.

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