De olho na esperada pulverização de candidatos para disputar a corrida eleitoral em 2022, direções nacionais do DEM, PSDB e PSD discutem possibilidade de transformar as legendas em uma só. Para os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, entretanto, a fusão é tendência que só se consolida no futuro, já que agora, dizem, “há muito cacique para pouco índio”.
É o que comentou, por exemplo, o líder do governo na Assembleia Legislativa, José Carlos Barbosa (DEM). O deputado citou os "diversos interesses" dos comandos dos partidos. “Muito cacique para pouco índio. É difícil na prática, porque apesar das semelhanças, cada um tem uma vida partidária diferente”, avaliou.
Barbosa, ainda assim, não se mostrou contrário à fusão de legendas. “É uma tendência moderna diminuir o número e alinhar [os partidos] pela ideologia”, comentou, ao afirmar que no futuro as alianças devem acontecer tanto no espectro da direita, quanto esquerda e centro. “Mas no momento é difícil”, pontuou.
Um dia, um século - Líder dos tucanos na Casa, Rinaldo Modesto (PSDB) fez analogia similar a do colega: “muita estrela para pouca constelação”. “Muda muito se houver união, até em termos de espaço para lançar candidatos no estado, inclusive para Presidente pode ser início de conversa, mas o acordo está distante", disse. O deputado ponderou, ainda assim, que “tudo é possível na política”. “Um dia pode ser um século”, concluiu.
Para Felipe Orro (PSDB) cada uma das legendas tem sua história e suas regras. Avalia, ainda assim, que PSDB e PSD estão próximos por compartilharem o espaço do centro e fazerem “oposição ao governo”. A cutucada sobrou ao DEM que, disse, está mais alinhado com o núcleo duro de Jair Bolsonaro (PSL), com “vários cargos no governo”.
“Mas a tendência é diminuir as legendas”, comentou, ao lembrar que as próximas eleiçõestrazem novas regras que farão os partidos menores buscarem união para sobreviverem, já que não terão estrutura para lançar candidatos.
Fusão – Reportagem do UOL desta quinta-feira (22) revelou a existência de diálogo entre as direções nacionais do DEM, PSDB e PSD para unir as legendas. Segundo a publicação, o objetivo é disputar as eleições para presidente de 2022, mas as conversas ainda estão incipientes, por isso o projeto é a longo prazo.