Prefeito diz que volta a ‘arrochar’ quarentena se todos forem para rua em Campo Grande

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) declarou, na manhã desta segunda-feira (6), durante o primeiro dia de fiscalização da reabertura gradual do comércio em Campo Grande, que poderá voltar a endurecer a quarentena na Capital caso constate violações tanto por parte dos comércios, como por parte dos clientes.

Em uma entrevista coletiva, o prefeito destacou que o acatamento aos decretos municipais como o do toque de recolher e a recomendação para ficar em casa chegava a 80% até o dia 20 de março. “Antes de ontem, somente uma média de 48% e 50% obedeciam. Quem mais violava era jovens, e não idosos. Os idosos de Campo Grande estão em casa”, destacou Marquinhos.

O prefeito pontuou que a abertura gradual do comércio ocorreu a partir de pressão de diversos segmentos, após um pronunciamento nacional do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Tivemos que fazer isso de forma normatizada, para evitar o pior. No dia 24 de março teve buzinaço, teve carreata, gente dizendo que o presidente autorizou abrir. Então, outra alternativa nós não tivemos, a não ser dar condições para que possam voltar a sua atividade econômica social gradativa e com extremo rigor”, colocou o prefeito.

“E caso esses números não sejam garantidos, vamos fechar radicalmente todo o comércio da cidade”, acrescentou.

Pessoas nas ruas

Marquinhos também se posicionou sobre a frequente violação das recomendações de quarentena como forma de evitar contaminação pelo novo coronavírus.

“As pessoas passaram a não mais acreditar numa eventual evolução dessa linha estatística [de infecção]. O campo-grandense está tendo uma ilusão, uma falsa sensação de que esse vírus não está mais aqui na cidade. Ou que ele é apenas uma ‘gripezinha’. Não é. Essa sensação hoje é resultado do sacrifício iniciado há duas semanas”.

O prefeito voltou a pontuar que a ordem é para ficar em casa e também sugeriu que as pessoas evitem compras desnecessárias, diante de um possível cenário de recessão nos próximos meses.

“Não é hora de fazer compras, você não vai ter onde usar. Guarde seu dinheiro, sua vida. Vamos passar por momento de extrema dificuldade nos próximos 8 a 12 meses, segundo os estudos. Só retorne as ruas se for caso de alimento ou de necessidade médica. Ainda assim, escolha um membro da família entre 18 a 45 anos, ele vai fazer as compras, vai sair as ruas. E que tome medidas de precaução. Use máscara e luva”, concluiu o prefeito.